De Acne Studios, marca sueca de streetwear, e dividindo os vocais com a norte-americana Victoria Monet, Ludmilla entra em uma nova era: internacional, só que sem abandonar o lado BR. Com a capa inspirada em uma fotografia do estilista Rick Owens, de 2007, Cam Girl, single que será lançado nesta quinta-feira (21.08), materializa essa fase ao juntar melodias do R&B com batidas do funk e trap.
O gênero cadenciado e sexy também se reflete no estilo de Lud. “É um visual mais urbano, confortável e sensualmente despreocupado, que não precisa de exageros pra existir”, conta à Glamour sobre a skin BadLudRJ, que nasceu para subverter a ideia de submissão feminina por trás das atividades pornográficas através da internet.
Para Monet, o feat. foi uma espécie de intercâmbio cultural. “Sempre fui atraída por oportunidades que me desafiam criativamente e me permitem me conectar com outras culturas. Eu amo colaborações que ultrapassam limites, e a ideia de trabalhar com a Ludmilla, que é uma potência no que faz e minha amiga, foi um ‘no brainer’ desde o momento em que ela me chamou! Sempre quis ter uma música com ela e finalmente ‘Cam Girl’ está aqui!”, diz a cantora.
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Confira a entrevista na íntegra com a Lud:
Se você tivesse que descrever o estilo da BadLudRJ, como seria?
Quando eu penso numa “Cam Girl”, penso numa mulher que olha pra câmera e se coloca como protagonista, que usa a sensualidade não pra agradar ninguém, mas porque gosta de se ver daquela forma. Isso é autoestima, é liberdade. Pra mim, também tem um peso muito especial porque, sendo uma mulher preta, ocupar esse lugar de desejo, de poder, é representativo. Então eu imagino o estilo dela como o de uma mulher que transita entre o street e o sexy sem esforço.
Nesta nova era musical, o seu figurino também terá um update? Quais caminhos de estilos ou peças você quer dar mais espaço?
Estou pensando em um visual mais urbano, que transmita sensualidade de forma natural, sem precisar forçar nada. Algo que seja sexy, mas ao mesmo tempo confortável. O legal é essa sensualidade despreocupada, que não precisa de exageros pra existir. Como o álbum tem músicas muito dançantes e performáticas, os looks de palco precisam acompanhar a energia, permitir movimento. Acho que vocês vão gostar!
Além da amizade, você e a Victoria dividem também a admiração pela Beyoncé. O que esse single carrega de influencia dela?
Eu cresci ouvindo funk e pagode, mas também cresci ligada no R&B por causa da Beyoncé. Ela foi uma das primeiras artistas que me mostraram que dá pra misturar estilos, ousar nos conceitos e ainda soar autêntica. Essa ousadia dela me inspira muito! E ousadia não me falta, né? (risos) Precisei ser ousada quando decidi apostar no pagode, um gênero dominado por homens e que estava fora do mainstream. E agora, estou sendo ainda mais ao investir em um álbum de R&B, um gênero que ainda é tímido aqui no Brasil. Esse estilo enfrenta barreiras para chegar ao grande público e recebe pouco apoio editorial nas plataformas. Mas estou pronta para mudar esse jogo. Nesse single com a Victoria, a gente faz o encontro do R&B com o funk brasileiro. Eu quis deixar a música com o nosso tempero, porque a minha ideia é criar um R&B nacional, com nossa cara.
Você está entre duas apresentações internacionais. No último fim de semana, você se apresentou no AfroFuture, em Detroit, e neste sábado sobe ao palco do Mutha, em Nova York. Como tem sido pensar no set para essas apresentações?
Na verdade, não precisei mudar muito o set. Estou mantendo basicamente o mesmo show que venho apresentando no Brasil, porque vem funcionando muito bem. Claro que cada festival tem sua vibe, então sempre penso em pequenos ajustes para deixar a performance ainda mais impactante. Mas o legal é que, mesmo com a estrutura parecida, cada apresentação tem sua vibe única, e é isso que mantém tudo fresco e divertido.