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Beber água de garrafa plástica esquecida no carro pode ser perigoso? A ciência responde

Quem nunca deixou uma garrafinha de água dentro do carro e depois bebeu sem pensar duas vezes? Em dias quentes, porém, esse gesto pode trazer mais do que refresco: ele abre espaço para que partículas invisíveis – os micro e nanoplásticos – acabem indo parar no nosso organismo.

Segundo o químico Bill Carroll, professor da Universidade de Indiana, o plástico não é tão sólido quanto parece: é como uma rede emaranhada que, com o tempo, vai liberando moléculas para o líquido em contato com ele. Quando a garrafa fica exposta ao sol ou a temperaturas altas, esse processo se acelera.

De acordo com reportagem do The Washington Post, um estudo de 2023 mostrou que plásticos comuns, quando aquecidos e submetidos à luz ultravioleta, liberam micro e nanopartículas. Esses fragmentos microscópicos podem chegar a órgãos como rins, fígado e até ao cérebro, de acordo com a pesquisadora Nicole Deziel, da Universidade de Yale, em entrevista ao jornal americano.

Beber uma garrafa esquecida no carro uma vez dificilmente vai gerar consequências graves. O problema é transformar isso em hábito. “Eu seria cautelosa sobre exposições frequentes”, disse Jaime Ross, professora da Universidade de Rhode Island, que estuda a ligação entre microplásticos e memória em animais. Além disso, lembra Ross, a água aquecida pode se tornar terreno fértil para bactérias.

Apesar dos alertas, especialistas são unânimes em dizer: não vale ficar sem beber água. “Os perigos da desidratação são muito maiores do que o risco de microplásticos”, afirmou o pesquisador Christopher Hine, da Cleveland Clinic.Ainda assim, pequenas mudanças ajudam a reduzir a exposição:

A ciência ainda investiga os impactos exatos dos micro e nanoplásticos no corpo humano, mas já há indícios de que eles chegam a tecidos e até ao leite materno. Melhor evitar a garrafa esquecida no carro – mas, na falta de opção, matar a sede continua sendo prioridade.

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